O dia depois de amanhã

O mundo político ficou de pernas para o ar. A grande maioria dos políticos acordaram com um tipo muito comum de amnésia seletiva, esquecendo todas as promessas que fizeram durante as eleições. Os discursos vazios foram substituídos por acrobacias verbais dignas de um circo, enquanto tentavam se esquivar das cobranças incômodas dos próprios correligionários.

Políticos desmemoriados, passaram o dia trocando de posições ideológicas como quem troca de roupa. O socialista virou neoliberal, o conservador virou progressista e o centrista nem sabe mais para onde ir. E os correligionários, perplexos, assistem a esse teatro político sem fim.

Os espaços políticos foram transformados em arenas, onde lideranças e liderados competem de forma absurda para demonstrar quem consegue inventar a história mais mirabolante para justificar suas decisões, muitas vezes contraditórias. As alianças políticas foram substituídas por alianças matrimoniais, onde casamentos arranjados entre partidos foram a solução para manter o poder a qualquer custo.

Enquanto isso, nos bastidores, os pseudo intelectuais de plantão projetam todo tipo de análise política sem sentido. E com uma parcela das figuras públicas “perdendo a memória”, ficou fácil convencê-los que os compromissos de campanha podem ser adiados indefinidamente.

E assim, “O dia depois de amanhã” pode acabar sendo marcado por uma insatisfação política sem precedentes. A comédia se transformou em tragédia, e os correligionários ficaram desiludidos com aqueles que deveriam cumprir com o quê fôra acordado durante a campanha, um lembrete doloroso de que a política, às vezes, é mais absurda do que qualquer sátira que possamos imaginar.

Por Thiago Reis

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