Uma possível reedição do escândalo que abalou as estruturas políticas de Sergipe em 2016 parece estar sendo minuciosamente arquitetada nos bastidores. Um conluio entre figuras políticas e membros de órgãos públicos, pode transformar o cenário das eleições de 2024 para a Prefeitura de Aracaju em um espetáculo conhecido da plateia.
O resultado do 2º turno das eleições de 2016 em Aracaju, desencadeou a Operação Babel; um inquérito policial que prometia justiça, mas que foi enterrado por interferências políticas, resultando em impunidade, retorna como um fantasma para assombrar o cenário da disputa pelo comando da Prefeitura de Aracaju nas eleições de 2024.
A ironia amarga da possível reedição desse escândalo reside no fato de que, apesar das investigações, as engrenagens do poder político continuam a girar com a mesma funcionalidade. Figuras que outrora estiveram sob o olhar crítico da sociedade ressurgiram, determinadas a moldar o destino eleitoral de Aracaju mais uma vez. A trama é quase shakespeariana em sua natureza, com intrigas e manipulações cuidadosamente orquestradas, evidenciando a resiliência da velha política.
A Operação Babel, inicialmente saudada como um marco de moralidade e combate à corrupção em Sergipe, revelou-se uma quimera diante dos interesses políticos. As promessas de punição se dissiparam como fumaça, deixando um rastro de desilusão e cinismo. Agora, em 2024, a história ameaça se repetir, com os mesmos personagens ou seus discípulos, prontos para manipular o cenário eleitoral com a mesma audácia de outrora.
Esse é portanto um triste reflexo da realidade política nas Terras do Cacique Serigy que, em vez de aprender com os erros do passado, parece condenada a repeti-los. A possível reedição desse escândalo é uma demonstração inequívoca de como o poder corrompe e de como a busca por controle e influência pode transformar processos democráticos em meros jogos de interesses.
Aracaju, assim, se vê novamente à beira de um precipício político, onde todo o processo eleitoral que envolve a disputa pelo comando da PMA pode acabar sendo ofuscado pela sombra de um conluio bem articulado.
Por Thiago Reis