Chegamos ao 2º turno das eleições em Aracaju, onde de um lado, Emília Corrêa, desponta na liderança com mais de 20 pontos de vantagem, e do outro, Luiz Roberto, candidato escolhido por Edvaldo Nogueira para tentar manter o controle da capital. Mas será que Luiz, mesmo com o apoio do atual prefeito e do governador Fábio Mitidieri, tem condições de reverter essa enorme diferença?
Fábio, apesar de ver a missão como quase impossível, manteve seu apoio a Luiz — um gesto que não foi retribuído por Edvaldo no 1º turno das eleições de 2022. Naquela ocasião, Edvaldo optou por simplesmente cruzar os braços, contribuindo diretamente para a derrota de Fábio em Aracaju, e agora em 2024, empurrar esse piano pesado morro acima se mostrou uma tarefa árdua. Mitidieri, já consolidado para a disputa pelo governo em 2026, decidiu apoiar Luiz mais por compromisso político do que por uma aposta certeira.
A questão principal que surge é: qual será o impacto desse 2º turno no futuro político de Sergipe e na corrida estadual de 2026? Fábio Mitidieri, praticamente imbatível no panorama atual, pode ter mais ganhos do que perdas com uma eventual vitória de Emília. Uma gestão oposicionista na Prefeitura de Aracaju criaria uma dicotomia interessante entre o Governo do Estado e a administração municipal, permitindo ao governador evidenciar ainda mais suas realizações e, assim, fortalecer sua própria posição.
Manter Luiz Roberto à frente de Aracaju representaria um desgaste político adicional para Mitidieri. Por outro lado, Emília Corrêa, assumindo o comando da cidade, proporcionaria um cenário em que o governador poderia contrastar sua atuação com a da prefeita, ressaltando suas conquistas e reafirmando sua liderança.
Conquistar a confiança do eleitorado parece um grande desafio intransponível para Luiz Roberto, e superar esses 20 pontos de desvantagem soa como improvável. O mais interessante é que, do ponto de vista político, a vitória de Emília pode ser a melhor jogada para Fábio Mitidieri. Enquanto muitos estão atentos a um resultado imediato dessa eleição, é indispensável considerarmos os efeitos a longo prazo no cenário político sergipano. Uma oposição na prefeitura poderia ser o impulso ideal para o governador em 2026.
Por Thiago Reis