O Ministro Márcio Macêdo declarou durante entrevista concedida a um programa de rádio que o PT teve um “crescimento de mais de 50%” nas eleições de 2024. Mas, a partir de uma breve consulta junto ao site do TSE, podemos constatar uma realidade bem menos empolgante. O PT avançou em pouquíssimas capitais, e na condição de coadjuvante, como em São Paulo.
O crescimento total do PT nas eleições de 2024 foi diminuto, especialmente quando comparado ao desempenho do PL. O partido de Bolsonaro conquistou mais de 1.000 prefeituras em todo o Brasil, consolidando-se como o mais vitorioso nas eleições municipais. No placar real, o PL teve um desempenho eleitoral esmagador, conquistando 511 prefeituras no 1º turno, enquanto o PT celebra um crescimento de 20% em comparação a eleição de 2020, muito longe da euforia do ministro.
Apesar do esforço retórico de Márcio, o PT, com 248 prefeituras conquistadas, mostrou-se incapaz de repetir o histórico auge de seu passado eleitoral. Os dados apresentados durante a eleição de 2024 reflete um cenário em que a esquerda não conseguiu recuperar o espaço perdido. O avanço do PT em poucas regiões, embora relevante, ficou distante de ser a “explosão” descrita por Márcio Macêdo. No campo de batalha das urnas, a hegemonia bolsonarista se mostrou sólida, deixando o PT em frangalhos.
Parece que o “mais de 50%” mencionado pelo ministro é um cálculo generoso demais, talvez medido por discursos inflamados e não pelos números registrados pelo TSE. Com o PL dominando prefeituras em áreas-chave, inclusive no nordeste, o crescimento petista pode ser descrito como um suspiro tímido em meio a um vendaval conservador. No fim das contas, o que temos é uma vitória simbólica aqui e ali, mas uma surra nas urnas de modo geral.
Por Thiago Reis