O atual cenário político sergipano revela uma mudança profunda na relação entre o Partido dos Trabalhadores (PT), seus aliados da esquerda e a população. Um dia reconhecida como protagonista no cenário nacional e estadual, a esquerda parece ter perdido o contato com os interesses e necessidades do cidadão comum.
Em vez de buscar soluções práticas para problemas cotidianos da sociedade, o foco do PT e os demais partidos de esquerda tem sido direcionado para pautas que, embora possam ser significativas para alguns setores, não refletem as demandas urgentes da maioria da população. Com essa desconexão, o PT e seus aliados tornam-se um fardo difícil de ser carregado, e é essencial que a base governista liderada pelo governador Fábio Mitidieri tome cuidado para não acabar absorvendo esse desgaste.
A sociedade busca por melhorias reais em suas condições de vida, como aumento de renda, emprego, segurança e uma economia que proporcione um crescimento real do país. No entanto, o discurso da esquerda parece focar em pautas identitárias e projetos assistencialistas que, para muitos, destoam de suas realidades diárias.
Não é sobre Bolsa Família ou qualquer projeto de assistencialismo, e a sociedade demonstrou isso por meio do voto nas eleições municipais desse ano. O cidadão comum de Sergipe, assim como no resto do Brasil, não se importa com narrativas sobre pautas identitárias que não fazem parte da sua realidade cotidiana. O senso comum busca por soluções objetivas para problemas concretos.
Por essa razão, a base governista comandada por Mitidieri precisa assumir uma postura cautelosa. Qualquer aliança com o PT e seus aliados pode significar não só um desgaste político, mas também uma perda de conexão com a população, que já não se vê representada por essa esquerda. O apoio que antes poderia ser vantajoso agora se apresenta como uma âncora, comprometendo significativamente o ritmo de crescimento da aprovação do Governo.
O governador Fábio Mitidieri tem a oportunidade de fortalecer sua liderança e implementar políticas que dialoguem com as demandas da população sergipana, mas para isso, deve se afastar das alianças que trazem mais desconfiança do que respaldo popular.
Alianças com partidos que perderam o protagonismo e dependem de intervenções judiciais para sustentar suas pautas, podem enfraquecer essa conexão com o povo. Cabe a Mitidieri escolher caminhos que renovem a confiança dos sergipanos, evitando os desgastes associados ao PT e seus aliados.
Por Thiago Reis