O Brasil atravessa uma crise que transcende a política ou a economia: é uma crise moral, instaurada e sustentada por um relativismo corrosivo que distorce verdades e subverte valores. Mentiras se apresentam como verdades absolutas, produzidas e difundidas por um establishment que manipula narrativas em benefício próprio. Nesse ambiente de embotamento intelectual, a temperança cedeu espaço à soberba, e a Justiça, que deveria ser imparcial, acabou perdendo sua razão de ser.
O problema central nesse cenário caótico reside na “juristocracia cleptocrata“ que se consolidou no país, composta por agentes sem legitimidade moral ou eleitoral. O voluntarismo jurídico, embasado em um positivismo enviesado, é usado como ferramenta para sustentar interesses específicos, obliterando completamente a razão. A aplicação seletiva da lei transformou o Poder Judiciário num catalisador de conveniências, um mecanismo que faz a balança da justiça inclinar-se conforme os interesses políticos dos iluminados do STF.
Essa conjuntura contudo, não é fruto do acaso. Ela é resultado de uma construção meticulosa de narrativas que visam normalizar o abuso de poder sob o pretexto de proteger a democracia. Não há juricidade que resista a um ambiente onde a lei é moldada por interesses políticos e onde a imparcialidade é substituída por decisões arbitrárias e controversas.
O caminho para resgatar a independência entre os Poderes exige uma profunda reflexão sobre os princípios que norteiam a sociedade. É preciso reestabelecer o equilíbrio entre moralidade e legalidade, assegurar que a lei seja instrumento de justiça, e não de poder. Enquanto o relativismo moral for a base das decisões que regem o país, a democracia permanecerá fragilizada, e a confiança na justiça seguirá comprometida.
Por Thiago Reis