Nos últimos dias, o Brasil vem assistido a um verdadeiro festival de narrativas em torno dos eventos de 8 de janeiro de 2023. Supostos planos de sequestros, envenenamentos e até execuções são constantemente citados, mas nunca acompanhados de provas concretas. Esse tipo de discurso, repetido à exaustão por personagens do governo e pela imprensa, é na verdade, mais uma tentativa de desviar o foco dos problemas reais do país, como a economia em colapso por conta de uma completa ineficiência administrativa.
A imprensa, que deveria questionar a transparência das ações do Ministro Alexandre de Moraes, tem falhado ao simplesmente reproduzir narrativas sem confrontá-las com a dúvida. Ao invés de cobrar provas ou oferecer ao público análises críticas, muitos veículos preferem alimentar teorias de conspiração estapafúrdias. Essa postura enfraquece o jornalismo e o reduz à condição de “apêndice político”.
Sob o pretexto de defender as instituições, observa-se um desequilíbrio que pode comprometer a proporcionalidade e a razoabilidade das ações que sustentam o discurso de “gopi”. Essa prática não apenas fragiliza o devido processo legal, mas também levanta suspeitas sobre os reais objetivos por trás de tamanho espetáculo, em razão do uso político de narrativas sensacionalistas, para embotar o senso crítico da população.
Outro fator preocupante é a postura da mídia tradicional, que frequentemente se posiciona como propagadora de versões oficiais sem o devido questionamento crítico. Em vez de cobrar provas ou apurar os fatos, veículos de comunicação e profissionais da imprensa alimentam o discurso de um risco permanente à democracia. Esse ambiente acaba transformando a imprensa em cúmplice de uma encenação que atende a interesses políticos específicos.
O Brasil precisa urgentemente de uma agenda política e midiática positiva que trate do que realmente importa. Produzir teorias sobre conspirações, na tentativa de manipular a opinião pública, só afasta o país das soluções que tanto necessita.
Por Thiago Reis