Entre as pitorescas paisagens naturais sergipanas, desenha-se um cenário onde as sombras do poder conseguem a proeza de cegar a sociedade. O povo, como sempre, é forçado a participar de uma verdadeira festa, onde quem acaba “dançando” de verdade são os menos favorecidos; uma festa onde suas vozes na grande maioria das vezes, se perdem na cacofonia de promessas vazias feitas por personagens de uma peça teatral desgastada.
Aqueles que se recusam a serem rotulados, os políticos que flutuam entre as ideologias como folhas ao vento, são como camaleões, mudando o discurso conforme suas próprias conveniências. Enquanto isso, os órgãos públicos fiscalizadores, fazem parte dessa grande festa como espectadores ofuscados pela própria vaidade; Poderes que assistem a tudo de camarote, incapazes de desempenhar seu papel de guardiões do interesse público.
Nessa Confraria de Gatunos, os conchavos florescem como ervas daninhas, protegendo os interesses da elite política. A transparência é uma palavra esquecida, e a prestação de contas tornou-se um espetáculo de ilusionismo. Enquanto o povo busca respostas, as respostas se perdem nos labirintos do poder, escondidas pelos abutres que são chocados a cada eleição.
Assim, Sergipe se torna um terreno fértil para o plantio e colheita de intrigas, onde a comédia da política é encenada com maestria, e a tragédia recai sobre os ombros daqueles que depositam suas esperanças em um sistema que parece mais interessado em manter as sombras do poder do que em iluminar o caminho para um futuro mais justo e transparente.