Ao observar os números divulgados ontem, 07/11, pelo Tesouro Nacional, o cenário é alarmante. Em setembro, foi registrado um déficit primário de R$ 5,3 bilhões. Sim, é uma melhora em relação aos R$ 22,4 bilhões de agosto, mas ainda representa uma situação crítica nas contas públicas, e a mensagem é clara: o país segue com sérias dificuldades financeiras, e isso não é apenas um problema econômico – é um problema político.
E justamente considerando o contexto político atual do país, o que mais me chama atenção é ver partidos que se posicionam como alternativas para 2026, cogitando a possibilidade de alianças que podem ser um verdadeiro tiro no pé. O PT, com o resultado extremamente negativo obtido nas eleições municipais de 2024, muito em razão da política fiscal adotada pelo Governo Federal, carrega um peso que qualquer aliado terá dificuldade em sustentar.
No caso de Sergipe, por exemplo, vejo com apreensão o caminho que pode estar sendo trilhado. O governador Fábio Mitidieri tem feito um trabalho sério, que naturalmente vem sendo traduzido na melhora dos indicadores de desenvolvimento do Estado. A população reconhece isso, e a aprovação da sua gestão é merecida. Mas me pergunto: até que ponto uma possível aliança com o PT em 2026 pode prejudicar a continuidade desse trabalho?
Não é segredo que a imagem do PT está desgastada. Em um cenário onde o eleitorado está cada vez mais consciente e crítico, será que vale a pena arriscar tudo para caminhar ao lado de um partido que, aos olhos de muitos, carrega o peso gigantesco de um tremendo rombo fiscal, aliado ao ranço crônico da corrupção?
A verdade é que o eleitor brasileiro está passando por um processo irreversível de conscientização, e acredito que os políticos deveriam perceber isso com urgência. Alianças mal calculadas não são apenas estratégias arriscadas; são uma demonstração de desconexão com os anseios da população.
Na condição de eleitor, espero que aqueles em quem confiamos, não se deixem seduzir por alianças que podem comprometer todo o esforço feito até agora.
Por Thiago Reis