Imagine uma empresa que, por mais de duas décadas e meia, operou no vermelho. Um negócio sempre a beira da insolvência, que sobreviveu acumulando dívidas e sem capacidade de investir em melhorias estruturais, saúde ou educação. Essa empresa existe, e seu nome é Prefeitura de Propriá.
Durante 25 anos, a administração municipal falhou em implementar políticas públicas capazes de fomentar o turismo, e impulsionar o comércio local, promovendo assim a geração de emprego e renda. A cidade estagnou, sem registrar nenhum crescimento econômico real e sem perspectivas concretas de desenvolvimento.
Em 2005, Luciano Nascimento assumiu a prefeitura pela primeira vez, mas sua gestão foi interrompida antes que pudesse reverter o cenário de caos, herdado do então prefeito Renato Brandão. A saída precoce de Luciano do comando da “empresa Prefeitura de Propriá” deixou um vácuo de oportunidades, impedindo que o município explorasse seu potencial geográfico, histórico e econômico.
Não há solução milagrosa que ajude uma empresa a sair do buraco da noite para o dia, e a prefeitura de Propriá precisa primeiro equilibrar as contas antes de pensar em crescimento. O desafio inicial é sanear financeiramente a máquina pública, reduzir desperdícios e retomar a credibilidade junto à população. Isso significa cortar gastos improdutivos, renegociar dívidas, atrair investimentos e, acima de tudo, interromper a cultura do déficit crônico.
Sem a adoção dessas medidas, qualquer tentativa de retomada do desenvolvimento será superficial e insustentável.
Mesmo que Luciano cumpra todas as promessas de campanha, ainda haverá um longo caminho a percorrer. Os problemas estruturais não surgiram agora, e não desaparecerão em quatro anos. Seu desafio não é apenas administrar, mas reconstruir um município administrativamente devastado. As expectativas da população evidentemente são altas, mas ele (Luciano), não pode permitir que o peso dessa responsabilidade transforme sua gestão em uma “via crucis”.
A equipe comandada por Luciano precisa entender que governar Propriá hoje é como dirigir uma empresa à beira da falência. O sucesso virá com planejamento, paciência e decisões firmes. O caminho é longo, mas se Luciano souber aproveitar essa nova oportunidade com equilíbrio, poderá enfim, fazer com que Propriá retome o caminho do desenvolvimento.
Por Thiago Reis