A Operação Babel, uma investigação que prometia expor profundas irregularidades nos contratos de coleta de lixo em Aracaju, parece ter se tornado mais uma página esquecida no dossiê das investigações inconclusas das terras do Cacique Serigy.
Desencadeada pela DEOTAP sob a liderança da então Delegada Danielle Garcia, a operação tinha como alvo a empresa Torre, do empresário José Antônio Torres, e a Prefeitura de Aracaju. No entanto, o desenrolar dos fatos e a posterior falta de respostas claras levantam questões sérias sobre a integridade do processo.
Um dos desdobramentos da Operação Babel foi a prisão de José Antônio Torres em Salvador, que foi então custodiado na 8ª Delegacia Metropolitana de Aracaju.
Logo após sua prisão, Torres acabou apresentando um problema de saúde, descrito como um pico hipertensivo, e foi transferido para o Hospital Cirurgia, onde foi tratado pelo setor de cardiologia. Até aí o enredo seguia em ordem.
A reviravolta veio quando Torres, já com alta autorizada pelo cardiologista, teve sua saída do hospital suspensa pelo Dr. Valberto, vice-diretor do Hospital Cirurgia e cirurgião geral, que não estava envolvido no tratamento do paciente. Essa intervenção, sem explicação convincente, levanta a primeira grande questão: por que um cirurgião geral interferiria em uma decisão tomada por um cardiologista sobre um caso de hipertensão!?
A situação se complica ainda mais quando o Ministério Público ignora a solicitação da Delegada Danielle Garcia para obter a cópia do prontuário de Torres. Esse bloqueio de informações é alarmante e sugere a possibilidade de um acobertamento ou manipulação dos fatos. Por que o Ministério Público não colaborou com a investigação!?
A “pá de cal” que foi jogada sob a Operação Babel foi a exoneração da Delegada Danielle Garcia do comando da DEOTAP, pelo então Governador Jackson Barreto (aliado político de Dr Valberto).
Essa ação suscita sérias dúvidas sobre a motivação por trás da suspensão da alta de Torres. Estaria o Dr. Valberto agindo sob ordens políticas!? Essa manobra teria sido uma forma de enfraquecer a investigação e proteger interesses políticos poderosos!?
A Operação Babel, que deveria ter sido um marco na luta contra a corrupção em Sergipe, acabou ofuscada por manobras obscuras, falta de respostas, e o silêncio ensurdecedor das autoridades sobre esses pontos críticos sugere um forte conluio para proteger figuras influentes do cenário político sergipano.
Por Thiago Reis